Coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes - 09/09/2025 | NL SPORTS

Apesar de estar mais próximo da sexta que da segunda-feira, nessa quinta começa uma semana decisiva para o Cruzeiro. Primeiro pelo jogo de volta contra o rival, valendo passar para a semifinal da Copa do Brasil e depois no domingo, no também jogo de volta da final do Campeonato Brasileiro feminino, contra a equipe do Corinthians.

Na quinta, será em casa, diante de um Mineirão lotado e com a vantagem de ter vencido o primeiro jogo por 2x0. Mas nem por isso será um jogo fácil. Quem viu o primeiro jogo, sabe que o Atlético, mais por uma proposta de pressionar e jogar em alta intensidade que por qualidade, poderia ter aberto o placar e dominou a maior parte do jogo no primeiro tempo, fazendo o Cruzeiro ter que se preocupar mais em destruir jogadas e se defender que em atacar. Como era de se esperar, no segundo tempo com o gás do adversário lá embaixo, a superioridade técnica e individual do Cruzeiro se fez presente e o resultado poderia até ser um pouco mais elástico. 

Mas é justamente aí que mora o perigo. O Atlético vem com uma carga pesadíssima, além dos 2 gols que tomou no primeiro jogo, tem uma campanha sofrível no Brasileirão, faz o básico para se classificar na Sul-Americana e trocou o fraquíssimo Cuca pelo imprevisível Sampaoli. Um técnico que ao longo dos anos tem colecionado mais fracassos e polêmicas que títulos. Então, o Cruzeiro e principalmente a torcida podem esperar um início de jogo tão ou mais alucinante que o do primeiro, com a diferença que agora, temos dois fatores perigosíssimos, eles não têm nada a perder, e também que muitas vezes a mudança de técnico muda o clima da equipe, e pode fazer a diferença em algo que muitos desavisados acham que é “perfumaria”, mas que pode ganhar jogo, o fator psicológico. 

Então, até uma hora antes do jogo, quando finalmente saberemos se teremos um time completo ou mudanças por contusão ou escolha de Jardim, minha preocupação, está sim, do lado de lá, em imaginar o que o adversário prepara para a batalha final. Já vi muito time grande perder jogos teoricamente “ganhos” por achar que o que acontece do outro lado não interessa. 

Já o domingo é das Cabulosas. Que entram em campo contra a equipe do Corinthians, na Neo Química Arena em São Paulo, e pela primeira vez na história do futebol feminino celeste, disputando uma final do brasileirão da categoria. Vai ser um jogo difícil, com as adversárias jogando em casa, e tendo como retrospecto 6 títulos, 5 deles consecutivos nos últimos 5 campeonatos brasileiros. O jogo aqui foi difícil, disputado e com muita vontade de ambos os lados. Como eu sempre falo, o fator psicológico em jogos mata-mata pode ser decisivo, e no domingo passado, achei o time paulista mais relaxado e focado que o nosso. 

Talvez por ser em casa, por ser um jogo de final ou por qualquer outro motivo achei que faltou um pouco mais de calma, e principalmente de um jogo coletivo mais elaborado, o que só pode acontecer se as jogadoras não estiverem sentindo a pressão do momento. Mas ao mesmo tempo, individualmente o time se comportou muito bem, e se por duas vezes ficou atrás no placar, teve a garra e a determinação necessárias pra buscar o empate e o jogo terminou 2x2. Então, feitos os devidos acertos coletivos e um trabalho mais específico na parte emocional, acho que poderemos voltar com a taça para a Toca da Raposa.