Coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes - NL SPORTS - 14/10/2025

Somos quem podemos ser?

Tomei a liberdade de colocar como título dessa coluna uma parte do refrão de um clássico do Engenheiros do Hawaii, e em forma de pergunta, para analisar os últimos jogos do Cruzeiro, o seu momento atual e principalmente, a expectativa dos resultados do jogo dessa quarta. 

O Cruzeiro, apesar de ainda estar no G4, mais precisamente no terceiro lugar, a 6 pontos do líder Palmeiras que tem um jogo a menos, também está a 6 pontos do quarto lugar, o Mirassol. Então qual copo vamos ver? O meio cheio ou o meio vazio? Tenho lido, visto e ouvido jornalistas, apresentadores, comentaristas, “experts” da internet e até alguns torcedores já definindo que a Raposa deveria começar a pensar na Copa do Brasil, que o Brasileirão já foi, etc, etc, etc.
 

A verdadeira analise a ser feita nessa altura do campeonato, não é pra onde vamos, é como chegamos aqui. Faltando 11 rodadas para o fim do campeonato (33 pontos) o time não está em terceiro lugar por acaso. Houve erros e tropeços para ele não estar na liderança, mas também houve acertos e méritos para ele estar 6 pontos na frente do Mirassol. 

Aí entra minha pergunta a lá Humberto Gessinger, será que somos o que podemos ser? Podemos ser mais? Será que não estamos até acima do esperado com esse elenco um planejamento feito por uma diretoria “mequetrefe” no início do ano? Porque quando 2025 não tinha nem dois meses ainda, nenhum desses “profetas” chegou perto de prever que o Cruzeiro estaria na disputa de dois títulos. Na verdade, a maioria só falava em rebaixamento. 

Vivemos tempos onde falar mal, criticar e bater a mão na mesa tem mais valor e atrai mais likes que falar a verdade nua e crua. A cada jogo a necessidade de achar um culpado, um vilão fica mais importante que a análise séria e real não só da partida, mas também do elenco e do time. Muitos preferem vestir a toga de juiz e já bater o martelo com a sentença mais dura possível para o “culpado da vez”. 

O Cruzeiro tem perdido “pontos bobos”, contra adversários que estão bem abaixo da tabela. Mas também tem conseguido pontos dificílimos contra equipes que estão bem não só no Brasileirão como na Libertadores e Sul-Americana. Jardim, na minha opinião, tem dificuldade de mudar esquema e jogadores quando o adversário se mostra mais fechado e com uma marcação mais baixa.

Mas ao mesmo tempo ele é o grande responsável por todo o resto positivo que o Cruzeiro vive desde de sua chegada. E alguns jogadores oscilam? Sim. Mas qual jogador, de qual equipe não oscila, qual equipe do G4 pode cravar que é campeã? E não se esqueçam, a maioria desse elenco foi montada por um gerente de futebol decadente, antes de Jardim chegar e com jogadores caros, mas que eram reservas em suas equipes.

Nessa quarta temos mais um clássico, dessa vez pelo Brasileirão e contra um rival que entra mordido, querendo além dos 3 pontos, vingar a eliminação na Copa do Brasil. Então cabe ter um pouco de cautela em tanto criar uma crise em caso de um resultado negativo como em achar que estamos de volta na briga, porque ainda faltarão 10 rodadas e muita coisa pode acontecer. 

Até lá é melhor analisar jogo a jogo, sem paixão, sem otimismo ou pessimismo exagerado, aproveitando que nosso Cruzeiro ainda nos permite sonhar com dois títulos ainda esse ano. Novamente citando Humberto Gessinger, “Somos quem podemos ser. Sonhos que podemos ter.”