Coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes- 16/04/2025 - NL SPORTS
Luz no fim do túnel. O Jardim secreto. Leia mais na coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes.
16 de Abril de 2025 às 15:28
Luz no fim do túnel
Coragem e vontade nem sempre andam de mãos dadas. A segunda todos tem, seja de fazer uma viagem, uma mudança profissional, etc. A primeira, que muitas vezes faz essa vontade se tornar realidade, é privilégio de poucos. E domingo, Leonardo Jardim teve a coragem de fazer o que muitos, eu inclusive, tinham vontade de fazer no Cruzeiro, uma mudança radical.
O jogo em si não foi uma grande partida, o São Paulo tinha vários desfalques, vinha de dois empates e sequer tinha marcado um gol no Brasileirão. Então não era um adversário imbatível por sua campanha ou time escalado. O problema estava no Cruzeiro, que após a vitória contra o Mirassol na estreia do Campeonato Brasileiro, sofreu 3 derrotas seguidas em jogos pavorosos, 2 pela sul americana, outro pela segunda rodada do brasileira, e mesmo na vitória apresentou um futebol abaixo da crítica. Então, contra o time paulista, o medo era o inimigo interno, o péssimo futebol apresentado até agora.
Jardim fez 7 mudanças na escalação, e pelo que apresentou, deu um pequeno, mas importante passo para a recuperação do time azul. Eu sempre cobrei mais atitude e entrega dos jogadores desse elenco atual, não basta só correr para lá e para cá, não é maratona, é futebol.
Vestir a camisa do time, é jogar coletivamente, cumprindo as funções táticas, trabalhando junto com os companheiros para um bom resultado em campo, e isso não acontecia há tempos. Tínhamos um bando de jogadores correndo aleatoriamente, passes errados, marcações mal feitas e o principal, muito nervosismo em campo.
Ontem senti o time mais coeso, com alguma inteligência tática, e acima de tudo, o começo de uma organização em campo, e mesmo saindo atrás no placar, não vimos as atitudes de frustração e abatimento das outras partidas. Gostei muito da performance do Kaiki, na minha opinião o melhor em campo e que parece finalmente estar sentido que pode ser titular e que tem que se doar mais em campo.
Fagner teve uma boa atuação, se apresentando para distribuição de bola, batendo escanteio, faltas, e tem uma presença mais positiva em campo que William, que apesar de ser um bom lateral, em alguns jogos, quando a coisa não ia bem, tinha uma atitude tipo “nada vai dar certo” que acho que limita seu potencial. Lucas Silva é o capitão do time por merecimento e dedicação, e na minha opinião se não pode jogar 90 minutos, tem que ao menos entrar de titular.
Outra coisa que notei em Fagner e Lucas Silva é que ambos se preocupavam com a parte tática, com o posicionamento dos jogadores em escanteios e faltas do time adversário. Inclusive com os dois dando preciosos toques ao jovem Kaiki, que como disse cada vez mais parece ser o merecedor da vaga na lateral esquerda. Então se nesse jogo não voltamos a ser a temida Raposa de outrora, demos sinais que podemos deixar de ser o fiasco dos últimos tempos.
O Jardim secreto
Em sua entrevista após o jogo, Leonardo Jardim foi, como sempre, sincero e pragmático, algo que faz falta aos técnicos brasileiros, que geralmente não gostam de falar nada sobre o jogo, preferindo fazer monólogos. Ele novamente fugiu de polêmicas e pegadinhas nas perguntas feitas e disse que fez as mudanças porque o Cruzeiro tem vários jogadores e se eles estão à disposição para jogar, ele escala.
Em outro momento, sendo bem direto, explicou porque não escalou Gabriel Barbosa e se saiu muito bem na coletiva. O que não ficou muito claro é que ele também disse que talvez não seja o treinador certo para o momento do time e que tem um perfil que acha difícil mudar após mais de 30 anos de futebol.
Seria porque alguns jogadores não estão conseguindo ou se recusando a se adaptar ao seu perfil? Seria porque o futebol brasileiro não é feito em cima de trabalhos a longo prazo e sim de resultados imediatos? A resposta para isso somente o treinador tem, e pelo que parece, pelo menos por enquanto vai manter em segredo.
Por Ricardo Antunes
Colunista do Cruzeiro na Nova Lima FM
#cruzeirosempre.
Coragem e vontade nem sempre andam de mãos dadas. A segunda todos tem, seja de fazer uma viagem, uma mudança profissional, etc. A primeira, que muitas vezes faz essa vontade se tornar realidade, é privilégio de poucos. E domingo, Leonardo Jardim teve a coragem de fazer o que muitos, eu inclusive, tinham vontade de fazer no Cruzeiro, uma mudança radical.
O jogo em si não foi uma grande partida, o São Paulo tinha vários desfalques, vinha de dois empates e sequer tinha marcado um gol no Brasileirão. Então não era um adversário imbatível por sua campanha ou time escalado. O problema estava no Cruzeiro, que após a vitória contra o Mirassol na estreia do Campeonato Brasileiro, sofreu 3 derrotas seguidas em jogos pavorosos, 2 pela sul americana, outro pela segunda rodada do brasileira, e mesmo na vitória apresentou um futebol abaixo da crítica. Então, contra o time paulista, o medo era o inimigo interno, o péssimo futebol apresentado até agora.
Jardim fez 7 mudanças na escalação, e pelo que apresentou, deu um pequeno, mas importante passo para a recuperação do time azul. Eu sempre cobrei mais atitude e entrega dos jogadores desse elenco atual, não basta só correr para lá e para cá, não é maratona, é futebol.
Vestir a camisa do time, é jogar coletivamente, cumprindo as funções táticas, trabalhando junto com os companheiros para um bom resultado em campo, e isso não acontecia há tempos. Tínhamos um bando de jogadores correndo aleatoriamente, passes errados, marcações mal feitas e o principal, muito nervosismo em campo.
Ontem senti o time mais coeso, com alguma inteligência tática, e acima de tudo, o começo de uma organização em campo, e mesmo saindo atrás no placar, não vimos as atitudes de frustração e abatimento das outras partidas. Gostei muito da performance do Kaiki, na minha opinião o melhor em campo e que parece finalmente estar sentido que pode ser titular e que tem que se doar mais em campo.
Fagner teve uma boa atuação, se apresentando para distribuição de bola, batendo escanteio, faltas, e tem uma presença mais positiva em campo que William, que apesar de ser um bom lateral, em alguns jogos, quando a coisa não ia bem, tinha uma atitude tipo “nada vai dar certo” que acho que limita seu potencial. Lucas Silva é o capitão do time por merecimento e dedicação, e na minha opinião se não pode jogar 90 minutos, tem que ao menos entrar de titular.
Outra coisa que notei em Fagner e Lucas Silva é que ambos se preocupavam com a parte tática, com o posicionamento dos jogadores em escanteios e faltas do time adversário. Inclusive com os dois dando preciosos toques ao jovem Kaiki, que como disse cada vez mais parece ser o merecedor da vaga na lateral esquerda. Então se nesse jogo não voltamos a ser a temida Raposa de outrora, demos sinais que podemos deixar de ser o fiasco dos últimos tempos.
O Jardim secreto
Em sua entrevista após o jogo, Leonardo Jardim foi, como sempre, sincero e pragmático, algo que faz falta aos técnicos brasileiros, que geralmente não gostam de falar nada sobre o jogo, preferindo fazer monólogos. Ele novamente fugiu de polêmicas e pegadinhas nas perguntas feitas e disse que fez as mudanças porque o Cruzeiro tem vários jogadores e se eles estão à disposição para jogar, ele escala.
Em outro momento, sendo bem direto, explicou porque não escalou Gabriel Barbosa e se saiu muito bem na coletiva. O que não ficou muito claro é que ele também disse que talvez não seja o treinador certo para o momento do time e que tem um perfil que acha difícil mudar após mais de 30 anos de futebol.
Seria porque alguns jogadores não estão conseguindo ou se recusando a se adaptar ao seu perfil? Seria porque o futebol brasileiro não é feito em cima de trabalhos a longo prazo e sim de resultados imediatos? A resposta para isso somente o treinador tem, e pelo que parece, pelo menos por enquanto vai manter em segredo.
Por Ricardo Antunes
Colunista do Cruzeiro na Nova Lima FM
#cruzeirosempre.
