Noite de terror – A série
Ontem o Cruzeiro entrou em campo pela Sul-Americana, com mais uma péssima apresentação dos jogadores e Jardim não ajudando. Começando pela escalação, que tudo bem, eu sei que o Cruzeiro tem um jogo difícil contra o Vasco no domingo, que está em oitavo, logo atrás do Cruzeiro e com os mesmos 7 pontos.
Mas ontem ainda era jogo valendo classificação pela Sul-Americana, uma vitória, ainda mais se acompanhada de uma boa apresentação, daria novo ânimo ao elenco e à torcida. Então não entendi tantas mudanças no elenco. Lógico que Fagner e Willian nem viajaram e que Matheus Pereira continua o ausente de sempre, mas mesmo Jardim querendo dar minutagem ou testar Gabriel Barbosa e Dudu no ataque, que entrassem no segundo tempo. Kaio Jorge e Wanderson performaram bem contra o São Paulo e o Bahia, esse último com a única vitória convincente que o Cruzeiro teve após a nova SAF.
E se perdemos para o Red Bull, a culpa passou longe dos dois. Então começamos por aí, por um técnico que, na minha opinião, é o menos culpado da fase atual do time, mas tem que ser mais coerente. Dentro de campo a coisa vai de mal a pior, o time continua desorganizado, vivendo de ataques e contra-ataques sem nenhuma organização, com alguns jogadores tentando fazer o máximo com o que lhes é possível, geralmente sem efeito prático algum. Fica fácil culpar Cássio e Lautaro pela derrota de ontem porque os erros de ambos foram determinantes na derrota.
Mas não é tão difícil também dizer que o time não jogou nada, que as jogadas não encaixavam, que o modesto Palestino desarmava facilmente as jogadas, roubava bolas como queria e, principalmente, tinha muito mais organização e obediência tática que o Cruzeiro. Continuo sendo o chato que vai falar o que precisa ser falado. O problema do Cruzeiro é extra campo e enquanto não resolver isso, não veremos resultados duradouros em campo.
Sinais de fumaça
Ontem mais uma vez um jogador do Cruzeiro falou várias coisas e parte da mídia e da “cobertura” de rede sociais só fizeram recorte do que dá likes. Dudu, ao sair do estádio, disse que não gosta de ficar na reserva, que não está acostumado com a situação e que não entendia a razão do técnico o deixar no banco. Ele não querer e não achar legal ficar na reserva é obrigação. O dia que jogador achar bom ficar na reserva, pode aposentar. Agora, porque ele está no banco é fácil, o time não teve grandes mudanças tanto de performance quanto de placar quando ele entrou de titular.
E ele veio para o Cruzeiro porque NINGUÉM no Palmeiras queria ele lá. Então que ele jogue bola, apresente resultados e, aí sim, reclame de não ser tratado como estrela, o que no momento, ele não é. Mas o mais importante foi o que ele disse e não vi repercutirem, que não só os jogadores e o pessoal do campo têm culpa, ele frisou muito bem que a diretoria tem culpa e que nada tem dado certo desde o início do ano, quando veio para cá. Bom, se ele em outra parte da entrevista eximiu o presidente de culpa e no início do ano Jardim não estava aqui, o recado tem endereço certo.
Mas é bem mais fácil criar um atrito jogador/técnico que meter o dedo na ferida e falar que onde tem fumaça tem fogo e apontar quem foi o grande responsável pela contratação desse elenco. Alexandre Mattos continua blindado por grande parte da mídia e da internet. Vamos ver quem cai primeiro se o CEO ou o Cruzeiro.
Por Ricardo Antunes
Colunista do Cruzeiro na Nova Lima FM
#cruzeirosempre.