Crônica da Raposa com Ricardo Antunes - 06/02/2025
Cruzeiro empata clássico no Horto. Copo meio cheio ou meio vazio?
Por Nova Lima
06 de Fevereiro de 2025 às 16:22
O copo meio cheio Tenho visto e lido algumas reações negativas sobre o jogo de ontem do Cruzeiro contra o América que me deixam pensando em como o futebol é um esporte fascinante. Já vi o time jogar mal, abaixo da crítica em algumas situações, mas como a vitória veio, seja porque o adversário nada jogou, ou porque um lance definiu a partida a favor da Raposa, a avaliação foi boa/ótima. Ontem a vitória não veio, o empate aconteceu já no final do jogo, e sim, a famigerada saída de bola à la Diniz resultou em um gol do adversário no início do jogo e quase causa mais um no segundo tempo.
Mas no geral, o Cruzeiro teve total controle do jogo, soube aproveitar várias oportunidades chutando perigosamente no gol do América, e só não fez 3 ou mais gols, porque o goleiro americano realmente “fechou o gol”. Quando um jogo começa, nós cruzeirenses temos que ter consciência de que nosso time não está no mesmo padrão dos outros, não está no mesmo ritmo. Não estou comparando jogadores, estrutura, etc, etc.
Felizmente o futebol ainda é um esporte coletivo, que depende, além do talento individual, também de treinamento técnico e tático, de dias de implantação de um estilo de jogo, de um planejamento de temporada, e principalmente, de um treinador para aplicar essas coisas. E isso tudo demanda tempo. Então, sinceramente, até Leonardo Jardim chegar e ter tempo para avaliar elenco, treinar, e fazer suas escolhas, estamos somente no campo das especulações, das opiniões pessoais.
Mas mesmo assim posso ver o copo meio cheio, porque saímos de um time que há meses já entrava nervoso e cobrado pela desconfiança de maus resultados, para um time que nos últimos jogos tem demonstrado mais leveza, mais confiança, mais “alegria de jogar” após a saída de Diniz. E se tirarmos a lupa do escrutínio do resultado e performance, e colocarmos em como cada jogador está se comportando em campo, o avanço é enorme.
Não existe futebol bem jogado sem os jogadores estarem tranquilos e em harmonia. Então mais do que qual estilo entrou em campo, qual esquema utilizado, e até mais do que o resultado, acho que a postura do time em campo foi o mais animador. Foi de um time que almeja algo mais. Mas domingo temos outro clássico, o maior do estado. E sabemos como esses jogos ultrapassam a linha do racional e invadem o emocional da torcida, jogadores e imprensa. Muitas vezes mexe tanto que transborda o copo.
#cruzeirosempre
Por Ricardo Antunes. Colunista do Cruzeiro na Nova Lima FM