A despedida de quem não veio. Leia mais na coluna da Raposa com Ricardo Antunes
Por Nova Lima
20 de Fevereiro de 2025 às 16:39
A despedida de quem não veio. Finalmente a novela Matheus Pereira chegou ao fim nessa quinta-feira quando o meia aceitou a proposta do Zenit da Rússia. Um drama que inesperadamente começou no final do primeiro jogo do time nesse ano, contra o São Paulo, na Florida Cup. Ao deixar o gramado, conversando com repórteres, Matheus do nada disse que estava bem no time, mas que não sabia até quando ficaria.
A partir daí foram cobranças, vaias, mais declarações desastrosas do jogador, e a situação se encaminhava para uma tragédia para time e atleta. Pro time porque precisa do jogador focado no trabalho e paga por isso, para o jogador porque, caso não saísse, seria cobrado por qualquer falha individual, por qualquer resultado negativo em jogo que estivesse em campo. Admito que ano passado me irritava com sua postura em campo. Parecia o tempo todo desligado do jogo, reclamava demais, se encostavam nele, caia colocando a mão no rosto fingindo uma entrada mais grave.
Na verdade, a única coisa que ele fazia com vontade era mascar chicletes. Mas também admito que sempre achei que ele apresentava menos do que tinha a oferecer. E que ainda não tinha “se apresentado” ao time e à torcida. E contribuía pra isso o clima no time, uma panela de pressão prestes a estourar, graças a trocas de técnicos, contratações que não renderam, futebol bisonho, resultados decepcionantes e principalmente, uma diretoria bipolar. E é aí que quero chegar. Atletas também são pessoas. Estou longe de ser fã de Matheus Pereira. Até ele vir pro Cruzeiro eu nem sabia de sua existência. Mas, depois pesquisando mais sobre ele, vi que é um cara que foi muito cedo para o exterior, tem problemas de adaptação e psicológicos e que já teve até pensamentos suicidas. Mas vivemos os tempos do “tribunal da internet” que julga e condena sem analisar os fatos.
E fato é que quem contratou Matheus Pereira deveria saber o que estava no pacote e se estava disposto a bancar essas questões que vieram com o jogador, se estavam preparados para manter um ambiente saudável para ele se adaptar. Mas não foi isso que aconteceu, e sinceramente, até agora o único quesito que vi para contratação na atual SAF é saber se o jogador está livre no mercado ou se está saindo ou sendo “expulso” do clube que está.
Do Cássio até Gabriel Barbosa tem sido assim. E já que falei de Cássio, ele que abra o olho, porque parece que tal tribunal da internet parece que já está com o nome dele para o próximo julgamento. Por Ricardo Antunes Colunista do Cruzeiro na Nova Lima FM #cruzeirosempre.