Coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes - 11/04/2025
Déjà-vu. Administração bisonha. Diretor de futebol. Falta de entrega. Leia mais na coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes.
Por Nova Lima
11 de Abril de 2025 às 08:43
Déjà-vu Do dicionário: “O déjà-vu é a sensação de já ter visto ou vivido uma situação que está acontecendo no presente." E essa é exatamente a sensação que tenho ao ver o caminho que o Cruzeiro está tomando.
Temos uma administração bisonha, que comete erros crassos de contratar jogadores sem nenhum critério, a não ser “a vontade do dono”. Não tem nenhum comando ou gerência sobre esses mesmos jogadores, e o pior, se comunica somente através de “recados” pelas redes sociais ou mídia. Além disso, por culpa desse mesmo amadorismo da diretoria, existe uma rotatividade de técnicos (3 em 3 meses) e sempre existe o “rumor” de que o que está no cargo vai sair porque “está sendo fritado” pelos jogadores. Só dar uma olhada nas notícias de hoje sobre Leonardo Jardim e ver que já aparece aqui e ali que pode ser demitido.
O que a diretoria disse que não vai acontecer, mas eles também disseram isso sobre Diniz e Seabra pouco antes de demiti-los. Some a isso a péssima relação da diretoria com os jogadores, que a cada entrevista têm que rebater ou justificar as besteiras que o dono do clube solta aos quatro ventos. Para cereja do bolo, temos a queda de rendimento todo o elenco, até de alguns que ano passado eram referências em suas posições.
Eu não estou passando receita do bolo do fracasso, eu estou repassando alguns dos ingredientes que foram decisivos na campanha de rebaixamento do Cruzeiro em 2019. E também não tenho a receita do sucesso, mas uma coisa eu sei, se em algum momento não aparecer alguém lúcido na parte administrativa do time, a situação vai se tornar desesperadora.
Temos perdido para times infinitamente inferiores em tamanho, estrutura e investimento. E apesar do que falam por aí, é sim fácil saber a razão. Sem conhecimento, sem planejamento, sem consultar as várias partes envolvidas, que no caso são diretor de futebol, presidente e PRINCIPALMENTE, o técnico que vai colocar esses jogadores para jogar, não se consegue resultado algum. Pode investir milhões. Em muitas áreas o dinheiro pode substituir talento, trabalho e esforço, mas felizmente no futebol nem sempre é assim.
É necessário avaliar, pesar os prós e os contras, conversar, e muito, com os envolvidos. Porque para dar certo, demanda tempo. Tempo de preparo, de treino e adaptação ao grupo. Não é só “ter dinheiro” e pronto, um time de craques já está montado. Não é vídeo game. Ontem o Cruzeiro fez, na minha opinião, o pior jogo em muitos meses. Não tem o que destacar positivamente e nem negativamente, foi tudo horrível.
Mas o pior para mim foi a falta de vibração, de vontade, de entrega. Parecia um treino regenerativo. E não acho que isso era má vontade ou falta de qualidade. Isso é reflexo de algo que falo há muito tempo, o Cruzeiro está sendo mal administrado. E se não mudar algo urgentemente, não será a fortuna de um bilionário mimado e midiático que vai salvar o Cruzeiro de mais um rebaixamento selado mais nos bastidores do que no futebol em campo.
Por Ricardo Antunes Colunista do Cruzeiro na Nova Lima FM #cruzeirosempre