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Absurdo: Preço do café mais do que dobrou para os brasileiros em três anos
Produto segue em alta, conforme levantamento da VR
Por Nova Lima FM
12 de Setembro de 2025 às 12:10
O brasileiro está pagando mais do que o dobro do que pagava há três anos para beber café em 2025. A informação é de um levantamento da empresa de benefícios corporativos VR, divulgado nesta quarta-feira (10/9).
Entre 2022 e 2025, o preço médio pago pelo consumidor acumula alta de 108%, mesmo após a recente tendência de estabilidade. A pesquisa analisou mais de 5 milhões de notas fiscais enviadas por 3 milhões usuários conectados ao aplicativo da empresa.
O levantamento mostra que desde junho deste ano, o café moído de 500g, principal responsável pela escalada de preços, apresentou queda leve, passando de R$ 29,66 para R$ 29,09 em julho e R$ 28,80 na primeira semana de agosto. Esse recuo é visto como uma novidade, já que entre maio de 2022 e maio de 2025 o preço do mesmo produto saltou 109%, de R$ 14,20 para R$ 29,71.
O café em pó de 250g também seguiu essa tendência: após alcançar R$ 21,03 em junho, caiu para R$ 20,23 em agosto. Apesar do respiro recente, todas as categorias de café acumularam aumento expressivo no comparativo entre julho de 2022 e julho de 2025. Veja:
Café em pó 500g: +119% (de R$ 13,27 para R$ 29,09) Café em pó 250g: +79% (de R$ 11,43 para R$ 20,56) Café solúvel: +61% (de R$ 7,94 para R\$ 12,84) Café em cápsula: -2,6% (de R$ 17,55 para R$ 17,09) Preço médio geral: +108% (de R$ 10,58 para R$ 22,05)
O café em cápsula foi a única categoria a registrar retração, embora discreta, no período analisado. Já o solúvel atingiu em agosto o maior preço da série histórica: R$ 13,50.
Clima, custos mais altos, exportações recordes, redução da oferta global e demanda aquecida são os fatores que justificam a alta do café.
A falta de chuva durante o desenvolvimento das lavouras reduziu o potencial produtivo e deixou os estoques internos em níveis historicamente baixos, aumentando a pressão sobre os preços já na saída do campo. Os períodos de estiagem também exigiram cuidados extras das lavouras e aumentaram os custos de produção.
Outro fator que ajudou a pressionar os preços internos foi o volume recorde de exportações brasileiras. Só em dezembro de 2024, os embarques somaram 3,8 milhões de sacas de 60 quilos, e o acumulado anual atingiu 50,44 milhões de sacas, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Com mais café destinado ao mercado externo, a oferta no mercado interno ficou ainda mais apertada, mantendo os preços firmes nas gôndolas.
O cenário internacional também colaborou para a alta. Países como Vietnã e Indonésia, importantes fornecedores globais, enfrentaram problemas climáticos e reduziram sua produção em um momento de crescimento no consumo mundial.
Em julho, o café moído caiu 1,01%, após 18 altas mensais seguidas, segundo a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto, a retração foi de 2,17%.
Para Fernando Gonçalves, gerente do índice, a queda do preço reflete o início da colheita e do aumento da oferta interna do grão. “Depois de 18 meses de alta, desde janeiro de 2024, o preço do café começou a cair. Em junho, estava começando a colheita, com maior oferta de produto do campo. Em julho, essa maior oferta influenciou o preço nas prateleiras.”
Por Redação da NOVA LIMA FM Departamento de Jornalismo Foto: Redes Sociais Fonte: Globo Rural