Coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes - 22/04/2025
Dois passos para frente, um para trás. Culpa do Jardim. Intervenção do VAR. Leia mais na coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes.
Por Nova Lima
22 de Abril de 2025 às 11:06
Dois passos para frente, um para trás.
Ao contrário da famosa e tão repetida frase “Algumas vezes é preciso dar um passo para trás para dar dois para frente”, ontem o Cruzeiro fez o inverso.
Após realmente demonstrar mais organização e vontade, em duas boas partidas seguidas, o que não acontecia há muito tempo, fez um jogo que, se não foi horrível, não teve nada bom. Para começar, a falta de Fagner na lateral direita, foi muito sentida, já que Jonathan, que é um bom zagueiro, mas ainda um jovem em ascensão, não conseguiu se adaptar à função e foi presa fácil para os jogadores do Bragantino.
Culpa de Jardim, que jogou o jovem no fogo, e mérito do técnico adversário, que soube aproveitar, e bem, essa falha. Mas colocar a culpa da derrota em cima da mudança na lateral direita seria injusto. O time ontem não “encaixou”.
Até começou bem e antes dos dois minutos já chegava na área adversária com perigo e, novamente, em um belo contra-ataque aos 4 minutos. Mas a partir daí, O Red Bull foi ganhando espaço e, muito mais organizado em campo, foi aos poucos dominando a Raposa.
Até que aos 14, em um lance que para mim definiu o jogo, Cássio faz uma saída de bola bisonha que resulta no gol do time paulista. Depois disso, o Red Bull tentou administrar e o Cruzeiro tentava ir ao ataque.
Eu digo tentava porque não era algo organizado, com jogadas com qualidade, era mais uma blitz onde cada um tentava resolver do seu jeito. Em um desses ataques, aos 30 minutos, Matheus Pereira sofreu um pênalti claro, mas que foi anulado, já que em jogada anterior, Lucas Silva também sofreu uma falta, mas pela interpretação do juiz e do VAR tocou a bola com a mão ao cair.
Na verdade, ele queria pegar a bola, infantilidade de um jogador tão experiente. E até o final do primeiro tempo esse foi o clima, Cruzeiro tentando empatar do jeito que desse e o Red Bull segurando o jogo como podia.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar, e o segundo tempo, já com Gabriel Barbosa em campo no lugar de Christian. Apesar de novamente começar demonstrando vontade, o time continuou envolvido na trama do Red Bull que insistia na tática de não deixar o Cruzeiro jogar, mas continuava perigoso, e se não fosse Cássio teria feito ao menos mais 2 gols.
Já o Cruzeiro, tirando uma cabeçada de Villalba e um chutaço de Kaike, ambos com endereço certos, não há muito mais o que destacar positivamente do segundo tempo. Jardim ainda colocou Eduardo, Dudu, Dinenno e Wallace nos lugares de Lucas Silva, Wanderson, Kaio Jorge e Jonathan, mas não mudou em nada o que o time apresentou no início do segundo tempo, que já era bem pior que a primeira etapa.
Me preocupa essa insistência em escalar Wallace. Se é por preferência, já beira a irresponsabilidade, se é porque o elenco não tem alguém que cumpra as mesmas características, me preocupa o que acontece nos treinos do Cruzeiro. Estávamos em quinto na tabela no inicio da rodada e agora estamos em sétimo e temos o Vasco no domingo.
Novamente um time que está com o mesmo numero de pontos, mas por critério de gols está atrás na tabela. E o time carioca vem de um empate contra o vice líder e rival Flamengo, o que pode se considerar um bom resultado. Mas antes temos o jogo de quinta pela Sul-Americana contra o Palestino no Chile.
E se perder, o Cruzeiro talvez esteja dando adeus à competição, já que não tem nenhuma vitória até agora. Como isso poderia influenciar no jogo de domingo? Veremos.
Por Ricardo Antunes Colunista do Cruzeiro na Nova Lima FM #cruzeirosempre.