Coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes - NL SPORTS - 08/08/2025
Pressão de milhões. O Jardim Coletivo. 4 milhões na conta. E o Cássio? Leia mais na coluna do Cruzeiro com Ricardo Antunes.
Por Nova Lima FM
08 de Agosto de 2025 às 16:40
Pressão de milhões.
Ontem tivemos um jogo que se não foi um primor de futebol, foi importantíssimo para os planos futuros do Cruzeiro. A raposa enfrentou o CRB pela Copa do Brasil, jogo de volta, na casa do adversário e com um certo clima de desconfiança devido ao jogo de ida onde, em casa, o time não só não fez uma boa exibição, mas também não conseguiu fazer um único gol, ficando o jogo em zero a zero.
Então ontem, repetindo a atuação, o jogo iria para os pênaltis, o que deixaria a situação um pouco complicada, já que se temos Cássio, eles também têm um goleiro conhecido por ser bom nesse quesito, e sempre bom lembrar que passaram para as oitavas de final ganhando do Santos nas penalidades. Então apesar de ter superioridade no orçamento, na qualidade e quantidade de atletas à disposição e estar brigando pela liderança da série A do Brasileirão, o Cruzeiro entrou sim, pressionado em campo.
Mais que a pressão normal de uma classificação, mais que o polpudo prêmio de mais de 4 milhões, tinha a pressão de milhões de torcedores que ainda tinham a lembrança da campanha ridícula na Copa Sul Americana desse ano, a eliminação pelo fraquíssimo Sousa na Copa do Brasil no ano passado e a súbita caída de produção contra Corinthians e Ceará no Brasileirão e o próprio CRB no jogo de ida.
Então, pelo menos para mim, se o Cruzeiro conseguiu um grande feito em se classificar, se ele ganhou um prêmio milionário, ele também conseguiu algo que considero mais importante, a recuperação de sua posição de fazer valer o favoritismo. Um clube com a história e títulos que o Cruzeiro tem, não pode abrir mão de se impor, de em condições normais, não ser eliminado por uma equipe que, por motivos diversos, não deveria jogar de igual para igual, principalmente em jogos mata-mata. O CRB ontem entrou com uma proposta definida, se fechar ao máximo e ir ao contra-ataque assim que aparecesse a oportunidade.
E admito que o técnico do time conseguiu fazer isso muito bem, pelo menos até o gol de Villalba, quando, por necessidade, teve que se abrir mais e procurar o empate. Mas o Cruzeiro ontem, apesar de algumas chegadas mais perigosas, principalmente pelo lado esquerdo, não sofreu muitos sustos, e acho que se comportou bem contra um time que não jogou e não deixou jogar, o que dificulta muito a performance de uma equipe como a Raposa tem. O Jardim Coletivo.
Outra coisa que me agradou ontem, foi a maneira não só coletiva, mas solidária que os jogadores jogavam. Com uma defesa com linhas tão baixas como o CRB jogou ontem, fica muito complicado chegar ao gol, ou criar jogadas próximo à área adversária. O Cruzeiro até tinha posse, tinha controle do jogo, mas quando se aproximava do gol do CRB, encontrava uma muralha que além de limitar espaços, foi muito bem treinada para ou desarmar o ataque ou partir para a falta sem nenhum pudor. E aí entra o jogo coletivo que Jardim tanto diz que é importante.
Quando Wanderson, Kaio Jorge, e até mesmo Matheus Pereira não conseguiam fugir da tática de marcação que parece ter sido feita em cima deles, Lucas Silva e Villalba começaram a se apresentar como opções não só para distribuir, como para receber a bola, e confundir o time adversário. Villalba que sempre se destaca na defesa, deu um chute de fora da área que passou por cima da trave, e marcou um gol de cabeça após cobrança de perfeita de escanteio de Matheus Pereira. E isso abriu o jogo do CRB, que a partir daquele momento tinha que ao menos buscar o empate.
O Cruzeiro hoje é mais que uma equipe qualificada, é um time, é um grupo de jogadores fechado com seu técnico. E essa sempre foi uma das grandes características de um time campeão. Por Ricardo Antunes Colunista do Cruzeiro na Nova Lima FM #cruzeirosempre.